Editorial

Escrever é desvendar as experiências em que se vai reconhecer e recriar, desvendar as palavras, organizar o pensamento para iluminar nossa compreensão da vida e de nossas posições no mundo. A escrita é uma bolsa de relíquias onde podemos entender a alma do ser humano, onde podemos nos libertar através de palavras.

Bolsa de relíquias é o significado da palavra que dá nome a este blog. ‘Nômina’ sintetiza o trabalho dos jovens escritores que têm aqui seus textos publicados.

Apresentamos-lhe vários trabalhos que vão de painéis de grandes escritores brasileiros, passando por resenhas sobre uma das maiores e mais polêmicas cantoras da atualidade, artigo sobre o filme onde o protagonista é obcecado pela escrita; relatório sobre o texto de Ângela Torres Lima; entrevista com um funcionário da Faculdade de Letras da UFMG sobre seu conhecimento literário; texto com o tema ‘o trabalho’; ensaio fotográfico do ambiente onde os alunos participam do curso de Letras; texto contando a experiência de cada integrante do grupo com a Oficina de língua portuguesa ministrada pela Professora Doutora Vênus Brasileira Couy até artigos sobre literatura, música, sobre a arte de escrever.

Esta bolsa está aberta, você perceberá muitas qualidades em diferenciados tipos de textos, trabalhos que de forma sutil buscaram expressar a arte de escrever. Esperamos que goste das nossas relíquias!

sábado, 26 de maio de 2012

Fernando Sabino


"De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro".  Fernando Sabino
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Nos seus escritos, Fernando Sabino explorava o dia a dia com senso de humor, colhendo de fatos cotidianos lições de vida, graça e beleza. Começou a escrever crônicas quando tinha apenas 14 anos, e seu primeiro livro, “Os grilos não cantam mais”, foi publicado em 1941, com apenas 18 anos.


O “Encontro Marcado”, uma de suas obras mais conhecidas, foi lançado em 1956, ganhando edições até no exterior, além de ser adaptado para o teatro. Em 1960, publicou o livro “O Homem Nu”, e em 1962, “A mulher do vizinho”, que recebeu o Prêmio Fernando Chinaglia, do Pen Club do Brasil.


Em 1979, publicou outro romance de sucesso, “O Grande Mentecapto”, iniciado mais de 30 anos antes. A obra, que lhe rendeu o Prêmio Jabuti, foi adaptada para o cinema, com direção de Oswaldo Caldeira, em 1989, e também para o teatro. Em julho de 1999, recebeu, da Academia Brasileira de Letras, o prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra.


“A obra de Fernando Sabino é vasta e tem várias portas de entrada, todas elas garantia de prazer. A você que ainda não leu o escritor mineiro, sugiro que comece pelo mais leve — pelas crônicas, gênero em que ele foi um grande mestre. A primeira incursão pode ser nas páginas de “O homem nu”, um livro de 1960 que meio século depois continua tendo sabor de novidade. Essa coletânea de histórias divertidas certamente vai abrir seu apetite para novas leituras sabinianas. Vá – por exemplo – por aqui: “A mulher do vizinho”, “A inglesa deslumbrada”, “A falta que ela me faz” e “O gato sou eu”. O percurso, daí por diante, fica por sua conta, sempre na certeza de todas os livros de crônicas de Fernando Sabino são deliciosos. Aberto o caminho, e sem esperar que se esgote a lista de livros de crônicas, enverede pelos romances de Sabino. Experimente fazer, nesta ordem, uma viagem em que a qualidade vai aumentando: “O menino no espelho”, “O grande mentecapto” e, finalmente, “O encontro marcado”, que vem a ser a obra-prima do escritor mineiro. Os livros que citei aqui estão longe de esgotar a bibliografia dele. Agora, é com você!”
Humberto Werneck


Conheça todas as obras desse grande escritor mineiro:


 Os grilos não cantam mais – contos (1941, Pongetti)
 A marca – novela (1944, José Olympio)
 A cidade vazia – crônicas sobre Nova York (1950, O Cruzeiro)
 A vida real – novelas (1952, Editora A Noite)
 O encontro marcado – romance (1956, Civilização Brasileira)
 O homem nu – crônicas (1960, Editora do Autor)
 A mulher do vizinho – crônicas (1962, Editora do Autor)
 A companheira de viagem – crônicas (inclusive crônicas de viagens) (1965, Editora do Autor)
 A inglesa deslumbrada – crônicas (inclusive crônicas de viagens) (1967, Sabiá)
 Gente – crônica sobre personalidades com quem Fernando Sabino teve contato (1975, Record)
 Deixa o Alfredo falar! – crônicas (1976, Record)
 O Encontro das Águas – crônicas sobre uma viagem à cidade de Manaus/AM (1977, Record)
 O grande mentecapto – romance (1979, Record)
 A falta que ela me faz – crônicas (1980, Record)
 O menino no espelho – romance (1982, Record)
 O Gato Sou Eu – crônicas (1983, Record)
 Macacos me mordam (1984, Record)
 A vitória da infância (1984, Editora Nacional)
 A faca de dois Gumes – novelas (1985, Record)
 O Pintor que pintou o sete (1987, Berlendis & Vertecchia)
 Martini Seco (1987, Ática)
 O tabuleiro das damas – autobiografia literária (1988, Record)
 De cabeça para baixo – crônicas de viagens (1989, Record)
 A volta por cima – crônicas (1990, Record)
 Zélia, uma paixão – biografia (1991, Record)
 O bom ladrão – novela (1992, Ática)
 Aqui estamos todos nus (1993, Record)
 Os restos mortais (1993, Ática)
 A nudez da verdade (1994, Ática)
 Com a graça de Deus (1995, Record)
 O outro gume da faca – novela (1996, Ática)
 Um corpo de mulher (1997, Ática)
 O homem feito novela (originalmente publicada no volume A vida real, cf. acima) (1998, Ática)
 Amor de Capitu – recriação literária (1998, Ática)
 No fim dá certo – crônicas (1998, Record)
 A chave do enigma (1999, Record)
 O galo músico (1999, Record)
 Cara ou coroa? (2000, Ática)
 Duas novelas de amor – novelas (2000, Ática)
 Livro aberto – Páginas soltas ao longo do tempo – crônicas, entrevistas, fragmentos, etc. (2001, Record)
 Cartas perto do coração – correspondência com Clarice Lispector (2001, Record)
 Cartas na mesa – correspondência com Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende e Hélio Pellegrino (2002. Record)
 Os caçadores de mentira (2001, Rocco)

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