Editorial

Escrever é desvendar as experiências em que se vai reconhecer e recriar, desvendar as palavras, organizar o pensamento para iluminar nossa compreensão da vida e de nossas posições no mundo. A escrita é uma bolsa de relíquias onde podemos entender a alma do ser humano, onde podemos nos libertar através de palavras.

Bolsa de relíquias é o significado da palavra que dá nome a este blog. ‘Nômina’ sintetiza o trabalho dos jovens escritores que têm aqui seus textos publicados.

Apresentamos-lhe vários trabalhos que vão de painéis de grandes escritores brasileiros, passando por resenhas sobre uma das maiores e mais polêmicas cantoras da atualidade, artigo sobre o filme onde o protagonista é obcecado pela escrita; relatório sobre o texto de Ângela Torres Lima; entrevista com um funcionário da Faculdade de Letras da UFMG sobre seu conhecimento literário; texto com o tema ‘o trabalho’; ensaio fotográfico do ambiente onde os alunos participam do curso de Letras; texto contando a experiência de cada integrante do grupo com a Oficina de língua portuguesa ministrada pela Professora Doutora Vênus Brasileira Couy até artigos sobre literatura, música, sobre a arte de escrever.

Esta bolsa está aberta, você perceberá muitas qualidades em diferenciados tipos de textos, trabalhos que de forma sutil buscaram expressar a arte de escrever. Esperamos que goste das nossas relíquias!

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Texto livre sobre a experiência com a Oficina


Participar da turma da “Oficina de língua portuguesa: leitura e produção de textos” no primeiro semestre de 2012, foi uma rica experiência. Abrimos esta nova fase acadêmica com chave de ouro, ela contribuiu muito para o nosso amadurecimento, especialmente na escrita, onde obtivemos informação, orientação, incentivo e oportunidade para nos “soltar” e desenvolver textos cada dia melhores.

Constatamos que esta disciplina é essencial no primeiro semestre, pois apesar de sempre termos opiniões, críticas e comentários sobre experiêncisas, sentimentos e o universo em si, com a correria do dia a dia, normalmente  não  as “colocamos no papel” e muitas destas idéias se perdem com o tempo. Quando escrevemos, o resultado tende sempre a melhorar e daí poderá surgir grandes obras. Exercitar o ato de escrever é necessário!

A experiência da publicação dos nossos textos no blog, bem como outros textos, entrevistas e opiniões e vários outros trabalhos, não serviu apenas como uma forma de pontuarmos em uma determinada disciplina.  Nos  mostrou o quão é importante o ato de pesquisar, estudar, “ler e escrever”, como foi dito pela nossa entrevistada. Percebemos ainda mais, que é através da escrita que muitos de nós, senão todos,  se expressam melhor, porque esse trabalho com as palavras  proporciona uma forma organizacional aos nossos pensamentos e sentimentos. Os autores propostos ao grupo – os cronistas Rubem Braga e Fernando Sabino – foram mestres e inspiradores nesse trabalho com a escrita, tanto que estão entre os melhores escritores brasileiros, quiçá do mundo. Cremos que a principal lição que podemos tirar desse trabalho é que nunca devemos deixar a escrita de lado. Esse trabalho além de ser uma “abertura” de curso, com certeza nos deixou uma ótima impressão, para a vida toda, sobre a escrita. Obrigado (a), Professora Doutora Vênus Brasileira Couy.
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Opinião do grupo 04
Por Leandro, Thamires e Kelly

terça-feira, 26 de junho de 2012

Ensaio fotográfico - FALE / UFMG




Créditos: Fotos de Thamires  e  Ursula
Edição: Kelly Maria

Música: Monte castelo - Legião Urbana

Texto acerca do documentário: Amy Winehouse


Londres, 14 de setembro de1983, nasce Amy Winehouse em uma área suburbana de Southgate, bairro de Londres, numa família judia de 4 membros,com tradição musical ligada ao jazz. Seu pai Mitchell Winehouse era motorista de táxi e sua mãe Janis, farmacêutica. Amy tem ainda um irmão mais velho, o Alex Winehouse .
Cresceu no subúrbio e fez seus estudos na instituição de ensino Ashmole School, passou sua infância e parte da adolescência presenciando abusos de seu pai perante sua mãe.Numa entrevista a tv inglesa, o  pai da cantora revelou  que em 1983 teve  um envolvimento com uma colega de trabalho, a qual em 1996 se tornou sua esposa, Amy e seu irmão presenciaram os fatos e todo sofrimento da mãe, no que futuramente tornara em uma de suas músicas ''wath It Is About Men".
Adolescência e carreira
Por volta de seus dez anos, Amy fundou uma banda amadora e de curta vida útil - de rap chamada Sweet 'n' Sour, que descreveu como sendo "The little white Jewish Salt 'n'pepa "(a pequena pepa judaica). Aos 12 anos, ingressou na escola de teatro Sylvia Theatre School, de onde foi expulsa por falta de aplicação e de colocar um pircing no nariz ,nessa idade ela começou a compor e contribuiu para o  World Entertainment News Network.Aos 13 anos ganhou  sua primeira guitarra elétrica, aos 16 já cantava profissionalmente ao lado de um amigo e depois namorado Tyler James.
Seu álbum de estréia FRANK, lançado em outubro de 2003, foi produzido por Saloom Rime ,suas canções quase todas  tiveram influência do jazz, sendo de sua co-autoria e bem recebido pelos críticos, sua voz comparada a Sarah Vuoghan, Mary Gay, entre outros...FRANK   foi indicado ainda por Mercury Music Prezze em 2004. O seu segundo  álbum ''Black to Black'' recebeu 6 indicações para o Grammy 2008,dos  quais venceu 5; melhor canção,gravação artista revelação, melhor álbum pop, melhor interpretação feminina, além de ser o disco mais vendido no ano ,com mais de 5 milhões de cópias vendidas em 2007, e mais de 10  milhões vendidas no mundo todo até o final do 1 semestre de 2008.Durante o EMA 2007, Amy recebeu um prêmio surpresa: foi feita uma votação entre os artistas de mais destaque nesse  para saber qual o artista que merecia ganhar, tendo sido Amy a mais votada. Artistas como Rihanna, Chris Brown e Fergie disseram que ela merece uma vez que é original, tem uma voz incrível e um ritmo único. Em 14 de fevereiro de 2007 ganhou um Brit Award por Melhor Artista Feminina Britânica entregue pela Baby Spice, Emma Bunton. Quatro meses depois, Winehouse, recebe o Mojo Awards pela melhor canção do ano.
No dia 18 de maio de 2007 casou-se com Blake Fielder-Civil em Miami. Seu marido cumpre prisão temporária pela acusação de ter ferido gravemente James King, 36, proprietário de um pub, e de ter tentado obstruir a justiça em 2007, desde dezembro. Blake admitiu sua culpa em audiências preliminares ao processo e evitou que o processo fosse agravado. Sua sentença poderá chegar a dez anos. Amy assistiu duas vezes às audiências, no tribunal londrino de Snaresbrook.
Amy  foi presa duas vezes no ano de 2008, devido a posse de drogas e confessou ter batido em um homem com as mãos, passou uma noite numa cela, mas foi presa sem acusação formal.
Tatuagens:
Amy Winehouse possuía algumas tatuagens pelo corpo. No braço direito, um pássaro com as palavras Never clip my wings (nunca amarres as minhas asas). No braço esquerdo tem uma pin-up e uma ferradura (sorte), misturadas com a expressão daddy's girl (menina do papai). Já no antebraço do braço esquerdo tem uma pena. Finalmente, tem tatuado sobre o seio esquerdo um bolso, e logo escrito a cima Blake's, que significa, do Blake.
Escândalos:
Ultimamente têm-se debatido, juntamente com o seu marido, com problemas relacionados com drogas, tendo várias vezes tentado superar o vício em clínicas de desintoxicação. Os tablóides britânicos elegeram-na como alvo preferencial, destronando deste modo Pete Doherty ex-The Libertines e atual líder da banda Babyshambles, como junkie mais famoso da Grã-Bretanha.
No dia 22 de janeiro de 2008, um vídeo com Amy usando crack e outras drogas saiu no site do jornal inglês The Sun. Em 25 de janeiro, foi internada numa clínica de reabilitação, sendo vigiada 24 horas por dia.
Em função das polêmicas, o governo dos Estados Unidos negou visto à artista para cantar no Staples Center, sede da 50ª edição do Grammy, realizada em 10 de fevereiro em Los Angeles. A pedido dos organizadores, Winehouse deveria cantar numa performance ao vivo de Londres, onde morava e cumpría seus tratamentos antidrogas.
Em concerto no Bowery Ballroom, na cidade de Nova Iorque. No dia 30 de maio de 2008 deu o seu primeiro concerto em Portugal, no Rock in Rio Lisboa. Aparentemente, Amy entrou em palco bêbada. Apresentou-se com um hematoma no pescoço e uma ligadura na mão que a impedia de segurar no microfone. Encontrava-se rouca pelo que o concerto deixou um pouco a desejar. Este seu concerto foi motivo de notícia nos mais diversos meios de comunicação. A cantora inglesa pediu desculpas pelo seu atraso de 40 minutos (o que fez com que o alinhamento fosse encurtado para não atrasar o espectáculo de Lenny Kravitz) e admitiu ainda que devia ter cancelado o concerto, devido ao seu mau estado de voz. Nesse mesmo concerto, Amy quase chorou quando cantou "Love Is A Losing Game", onde depois disse que tinha feito recentemente um ano de casamento com o seu marido que iria sair da prisão dentro de semanas. No seu grande cabelo, Amy tinha um coração com o nome do seu marido. Durante a música "Wake Up Alone", a cantora quase cai. A sua presença naquele concerto era uma incógnita até ao momento em que aparecesse em palco, e o fato de ter aparecido já foi um ponto muito impetuoso.
Na última audiência do marido, Amy exaltou-se no tribunal e foi expulsa do edifício pois não parava de gritar dentro da sala.
Várias fotografias de Amy com o seu marido vieram para a internet. Amy aparece em poses sensuais, o seu peito exposto e ainda com comprimidos na língua. Também apareceram dois vídeos: um onde Amy canta uma música racista e outro onde Amy está com Pete Doherty, brincando com ratinhos recém-nascidos. Amy Winehouse já pediu desculpas pelo vídeo onde canta a música racista.
Amy passou algum tempo internada num hospitalpai, depois de ter desmaiado em casa quando ia dar autógrafos a fãs que a esperavam à porta de sua casa. Os médicos fizeram testes de tuberculose que deram negativo para a , e disseram que Amy está com sinais de algo que pode levar a um enfisema pulmonar. Foi feito um ultimato à cantora: se não deixar as drogas irá perder a sua voz e morrer rapidamente. Amy foi liberada para sair do hospital na última semana de junho para ensaiar, pois irá fazer shows, que já estavam marcados antes de ela ir para o hospital, e tudo isso será feito com acompanhamento médico, e depois dos shows ela retornará ao hospital para continuar seu tratamento. Amy Winehouse logo depois da saída do hospital para ir ensaiar, já foi encontrada fumando e comprando whisky, vodka e figurinhas do Euro 2008 para o marido.
Numa  entrevista que Amy deu para a Rolling Stone, ao abrir o seu álbum de fotos do seu casamento para mostrar à repórter, mostrou sem querer fotos em que está fazendo sexo com o marido. Estas fotos estavam misturadas com as do seu casamento.
No dia 29 de maio, a cantora inglesa apresentou-se no Festival de Glastonbury, onde cantou durante uma hora. Desta vez, a cantora aproximou-se muito dos fãs, e um deles jogou um objeto que bateu em sua cabeça, o que fez com que Amy tivesse uma reação agressiva, tentando dar socos no fã. Amy Winehouse não estava tão bem , sofreu uma overdose, alguns especialistas disseram que a cantora  estaria pesando 45 quilos, o que não seria normal para uma pessoa em que já pesou 50 kg em sua perfeita forma física e moral. Amy surpreendeu muitos ao declarar que tem um sonho de ter filhos e ser feliz, em um lugar que segundo ela estaria longe do cotidiano em que presentemente vive.seu visto.Em 4 de julho de 2008 cantou no "Rock in Rio Madri", em Arganda del Rey, junto a outros artistas internacionais como The Police, Lenny Kravitz, Jamiroquai, Franz Ferdinand, Tokio Hotel, Alejandro Sanz e James Morrison.
Vida conturbada.
Enquanto sua carreira musical disparava, Amy enfrentava problemas na vida pessoal, especialmente com as drogas. Em diversas entrevistas, ela relatou ter problemas com depressão, alimentação e abuso de entorpecentes. A partir de 2005, começaram a vir à tona.diversos as polêmicas com alcoolismo, perda de peso e freqüente uso de drogas.
Os problemas pareceram piorar quando começou a se relacionar com o diretor de videoclipes Blake Fielder Civil, que, de acordo com pessoas próximas a ela, inclusive seu pai, foi o responsável por lhe apresentar a heroína e o crack. Os dois se casaram em 2007 e foi nesse ano que a cantora foi presa pela primeira vez, por posse de maconha, fato que viria a se repetir ainda algumas vezes em sua vida, por acusações como agressão e distúrbio de ordem pública. Em agosto de 2007, Amy cancelou diversos shows na Europa alegando exaustão e saúde debilitada. Durante essa época, ela foi hospitalizada por, supostamente, overdoses de heroína, ecstasy, cocaína e álcool. No ano seguinte, a cantora chegou a ser novamente presa por posse de drogas, e foi internada em clínicas de reabilitação.Amy fez uma carreira repleta de músicas pessoais e cativantes, escândalos por seu comportamento e envolvimento com drogas e álcool. Nos últimos tempos, ela fez poucos shows e foi criticada pela indústria musical: além de desapontar alguns fãs ao fazer apresentações muito curtas, muitos especialistas afirmaram que sua potência musical, característica marcante da cantora, estaria menor.

Nos meses mais recentes, no entanto, as coisas pareceram começar a se acertar. Amy, já divorciada de Blake Civil desde 2009, assumiu um relacionamento estável com o diretor de filmes Reg Traviss, que em março de 2011 confirmou que estava há um ano com a cantora, garantindo que ela se mostrava saudável e feliz - fato corroborado por muitas fotos divulgadas pela mídia ao final de sua vida. A aparente recuperação da estrela foi confirmada quando ela anunciou uma pequena turnê européia. Contudo, no dia 18 de junho , Amy iniciou o giro no continente com o que acabou se tornando o último show de sua carreira, em Belgrado, na Sérvia. A cantora mal conseguiu se apresentar porque estaria muito bêbada, chegou a derrubar o microfone no chão e teria sido vaiada pelo malograda apresentação, ela cancelou duas apresentações na Turquia e na Grécia, e, posteriormente, todas as outras etapas do tour. Seus representantes alegaram "problemas de  saúde.
A morte de Amy Winehouse aos 27 anos coloca ponto final em uma das mais inconstantes trajetórias da música contemporânea. Com talento vocal impressionante, a cantora britânica foi unanimidade em duas características opostas: talento e polêmicas. Com capacidade vocal inquestionável, suas performances eram apenas atrapalhadas por seu principal problema: o abuso de álcool e drogas.
Triste fim de umas das maiores vozes contemporâneas da história!
Uma das mortes que mais chocou o mundo foi a de Amy Winehouse, aos 27 anos. A cantora foi encontrada sem vida em seu apartamento em Londres, no dia 23 de julho.
A princípio, as suspeitas eram de que Amy morreu de overdose, mas o resultado dos exames não apontaram nenhum tipo de drogas em seu corpo. Até hoje a morte da cantora não foi muito bem esclarecida.
Nas lembranças de amigos e fãs, vive eternizada Amy Winehouse, trajetória breve,mas marcante!!
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Por Eliene Apolônia
Referência:  Documentário sobre Amy Winehouse, "I was a trouble". Londres, 2007. 46min.

Texto sobre a palestra: "Grafiteiros, a lata e o resto"

A Arte das Ruas

O grafite pode ser visto como, literalmente, como uma forma de arte. Ou como apenas sujeira. Masprecisa ser visto. Essa é sua essência. A entrega ao escrutínio público. A exposição gratuita de uma forma original de pensar e de enxergar o mundo.

Ângela Tôrres Lima nos mostra uma nova forma de interpretar os rabiscos e desenhos vistos nos muros e paredes de nossa cidade, não os associando a uma cultura marginal e valorizando-os como expressão cultural.

 Texto criado na aula sobre o livro de Ângela Torres Lima, “Grafiteiros, a lata e o resto”
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Dilema Barroco

o homem crucificado
nem Deus nem homem
espia de sua cruz
a fraqueza de seus semelhantes
a perfídia de seus semelhantes
o desprezo de seus semelhantes
quanto mais semelhantes
mais afastado da divina verdade
sacrifício em vão
se tuas palavras se perdem
no rumor das lamentações
mundana tua carne
eterno seu sofrimento

Texto escrito em 18/05/2012 -  apresentação dos grafites feitos pelos alunos.
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Por George Gualberto

Referência:
TÔRRES LIMA, Angela. Grafiteiros, a lata e o resto. In: GONTIJO, Thais et alii (orgs.). A escrita do analista. Belo Horizonte: Autêntica, 2003. p. 21-4.

Texto com o tema: "O trabalho"


A dignificação do ser humano

    O trabalho dignifica o ser humano. É digno e respeitável aquele ser que trabalha e não se entrega ao ato de roubar, pois este acaba mal visto pela sociedade e mancha sua imagem no mundo em que vive.
    Os estrangeiros costumam taxar os brasileiros de preguiçosos, pois no Brasil existem muitos feriados e normalmente prolongados (quando se emendam dois dias ao final de semana), porém não se informam e tem o desconhecimento de que os seres brasileiros são trabalhadores, que eles se dedicam ao máximo em seus ofícios, sejam eles quais forem.
     Todo trabalhador procura realizar atividades que lhe agrada, pois dessa forma ele vê o tempo passar rapidamente e o dia chega ao fim num piscar de olhos, portanto é esta a busca que deve ser realizada pelos jovens ao ingressarem no mercado de trabalho, a procura pelo trabalho onde realizarão atividades de seus agrados. Hoje muitas pessoas não procuram por trabalhos que as satisfazem pessoalmente e sim por trabalhos satisfatoriamente bem remunerados, porém isso acarreta em insatisfações e em uma infelicidade profissional certa no futuro. Devemos estar em uma constante busca pela profissão ideal para cada um de nós e realizar atividades que nos causem prazer, independentemente da recompensação financeira.
     O trabalho afinal de contas qualifica o homem e o faz aprender sempre, o ensina a tomar atitudes perante a sociedade, o ensina a conviver com as pessoas, a ter responsabilidades; o ensina a viver.
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Por Geraldo Magela

sábado, 23 de junho de 2012

Texto produzido a partir da Palestra de Ângela Torres Lima

Texto produzido a partir da Palestra Grafiteiros.
“Grafiteiros, a lata e o resto”, de Angela Torres Lima.

Contravenção

Os grafiteiros muito habilidosos, mas sempre mal vistos. Considerados a escória da sociedade.  Fazem arte que passa despercebida e desprezada, poucos percebem o valor dos desenhos ou escritos.  A questão vai além do vandalismo, é uma procura por reconhecimento, é a tentativa de se incluir em uma sociedade que sempre os excluiu. Eles são  produto dessa sociedade injusta, mas são diferentes, pois não se deram ao comodismo da aceitação dessa condição qual lhes foi imposta. Por isso buscam à atenção de todos espalhando sua arte, sua forma de expressão. Explorando os lugares mais altos onde possam ter o privilégio dos olhares de todo se assim conseguirem ter seu real  valor.
A lata para o grafiteiro é algo totalmente precioso, como se fosse uma parte essencial de seu corpo e quando a perdem são capazes de qualquer sacrifício para recuperarem.
Cada “gangue” tem sua escrita e assinatura, o que as diferencia. O mais interessante é o respeito mútuo pelo grafite de cada um, deixando assim a individualidade de cada grafiteiro.
Cada grafite com seu desenho e assinatura é parte de uma sociedade excluída que busca ser reconhecida por sua luta e arte nessa incessante busca por valorização.

GONTIJO, Thaís Et Al.(orgs). A escrita do analista. Belo Horizonte; Autêntica, 2003.
Por Thamires Mussolini

Textos produzidos na Oficina: George Gualberto


Texto 01 
Texto produzido a partir da leitura de "Escrever", da escitora Marguerite Duras.

Por que eu escrevo?

Escrevo porque preciso me expressar
Dizer o que penso
Ou mesmo devanear
Posso escrever qualquer coisa
O limite é o alfabeto
Posso ser quem eu quiser
Quando escrevo sou onipotente
Escrever é um ofício divino
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Texto 02
Produzido a partir dos poemas de Adélia Prado 

Vaidade de mineiro

Eu sou pura poesia
E ela em mim é tão evidente
Mas é preciso prospectá-la
Do pré-sal de minha alma
Tarefa difícil, porém prazerosa
Pra quem enxerga o mundo
Sempre com espanto
Com olhar de bandeirante, antropólogo,
Filósofo, psicanalista, naturalista,
Arquiteto, criador...
E como se ele, o mundo
Obra minha fosse
Meu delírio sinestésico
Faz da simples observação da vida
O ato supremo do fazer poético

domingo, 17 de junho de 2012

Painel - Estudo crítico: crônica O Pavão - R. Braga


O Pavão - Rubem Braga

Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d'água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.
Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.
Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico.
Rio, novembro, 1958

Simples e ternas. Assim são as lindas crônicas de Rubem Braga.

Texto extraído do livro "Ai de ti, Copacabana", Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1960, pág. 149. 
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 Ilustração: Millôr Fernandes

 Este é um pequeno texto que traz mensagens muito reflexivas.  A propósito assim são as inteligentes  e bem construídas crônicas de Rubem Braga.  Em “O PAVÃO”, o Velho Poeta diz muito com poucas palavras. Ele aborda de forma absolutamente simples o hábito que o ser humano tem de formar conceitos em cima do que está ao alcance de sua vista, mas esclarece  e destaca a importância de investigar os fatos, se quisermos saber a verdade.  Dá uma aula de biologia e traz informações interessantíssimas sobre uma peculiaridade da ave pavão.

Finalmente compara este misterioso e simples fenômeno da natureza ao trabalho do artista e sobre tudo estabelece a semelhança da simplicidade do amor em face de sua força e poder. 
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Por: Kelly Maria

RUBEM BRAGA, PROFESSOR DE LUCIDEZ

 A obra de Braga sempre foi muito admirada entre os literatos do século XX. Ao completar 50 anos, o poeta Carlos Drummond de Andrade, definiu Rubem Braga como o professor de lucidez, no texto abaixo:


RUBEM BRAGA, PROFESSOR DE LUCIDEZ 
Carlos Drummond de Andrade

      Rubem Braga tinha 18 anos e já se impusera como cronista em Belo Horizonte. Fazia no jornal “Estado de Minas” uma coluna de leitura obrigatória. Sempre andejo, lá um dia viajou, deixando de escrever. Mas o jornal resolveu engambelar os leitores, publicando uma crônica de outro, com assinatura dele. Braga leu e telegrafou ao diretor Afonso Arinos: “Não useis meu santo nome em vão”.
Impossível usar o nome de Braga dando a sensação da prosa de Braga. Ela é patenteada. Seus elementos — sensualidade, ternura, anarquismo, tédio, poesia, humour –, soltos, são manipuláveis por qualquer um. Reunidos, formam um composto especificamente braguino, que até dispensa assinatura. E como ele tem imitadores! Imitam, apenas.
Lembro-me muito do cronista jovem, esquivo e desconcertante. Ele namorava uma mocinha loura da Secretaria do Interior, e não era raro ver o relato dos tristes ou alegres passos do seu idílio, sob forma de crônica. Ninguém ousara fazer isso antes e ninguém pensava em estranhá-lo, pois era deliciosamente bem feito. Braga se tornou menestrel de todos os namorados sem expressão artística, e até dos que haviam namorado há muito tempo e voltavam a sentir o gosto da coisa, através do lirismo dele.
Pois um rapaz assim, apaixonado (à sua maneira) pela loura filha do Clarindo, um dia nos aparece correspondente do jornal no “front” da Revolução Constitucionalista de 1932, e logo se boqueja que ele era um espião terrível dos paulistas entre mineiros, espião que seria conveniente prender, submeter a corte marcial e, quem sabe, fuzilar. Oh, imaginação! (Mas a cara dele era meio russa, não sei.) Numa crônica, Braga confessa: “Eu era espião; era espião da vida no meio da morte. A guerra era demasiado estúpida para não me fazer sorrir, eu não reconhecia aliados nem inimigos; apenas via homens pobres se matando para bem dos homens ricos; apenas via o Brasil se matando com armas estrangeiras”. Quem via essas coisas, sem a névoa passional que perturbava tanta gente, era um mocinho de 19 anos, que escreveria aos 34: “Eu observo as coisas com dois olhos que, embora castanhos e mesmo tirantes a verde, vêem este mundo com bastante clareza”.
E esta é a qualidade mestra e inesperada de Braga: lucidez. Um homem que diz tantas coisas absurdas ou surrealistas pode lá ser bom observador da vida? Perfeitamente. Sempre que necessário, Braga emite juízos ponderados sobre fatos políticos, econômicos, sociais, e se nem sempre ou quase nunca sua opinião coincide com a opinião estabelecida ou vitoriosa, isto nada prova contra a justeza da sua visão intelectual e o seu bom senso; prova apenas que tais atributos não gozam de muito favor na coletividade.
Não é, porém, a clareza da apreciação de Braga, ante os acontecimentos por assim dizer jornalísticos, que impressiona. É sua clareza diante da vida em si, e das coisas naturais. Como espião da vida parecendo chateado, mas interessadíssimo — anota os maravilhosos fenômenos da primavera e do verão, que passam despercebidos ao comum, e extrai deles o máximo proveito existencial. As artes da caça, da pesca e do amor, a observação constante do vento noroeste, o contato com praia e águas correntes, água corrente ele mesmo, a notícia de passarinhos, insetos, frutas, paisagens, a celebração quase litúrgica das graças e mistérios da mulher (para ser gentil, um dia ele me disse em carta que gostaria de me presentear com uma pequena fragata e quatro ou cinco mulheres), o dom de sentir, valorizar e distribuir a natureza como um bem de que andamos todos cada vez mais precisados — esta a lição de Braga, “lição de insaciável liberdade e gosto de viver”, que é grato proclamar no dia em que o admirável professor completa cinqüent’anos com a naturalidade, o gosto da vida e da terra, e o intenso sentimento poético e humano que tinha aos dezenove.
 17 de janeiro de 1963

Painel - Estudo crítico: crônica Piscina - F.Sabino

Crônica de Fernando Sabino

Piscina

Era uma esplêndida residência, na Lagoa Rodrigo de Freitas, cercada de jardins e, tendo ao lado, uma bela piscina. Pena que a favela, com seus barracos grotescos se alastrando pela encosta do morro, comprometesse tanto a paisagem.

Diariamente desfilavam diante do portão aquelas mulheres silenciosas e magras, lata d’ água na cabeça. De vez em quando surgia sobre a grade a carinha de uma criança, olhos grandes e atentos, espiando o jardim. Outras vezes eram as próprias mulheres que se detinham e ficavam olhando.

Naquela manhã de sábado ele tomava se gim-tônico no terraço, e a mulher um banho de sol, estirada de maiô à beira da piscina, quando perceberam que alguém os observava pelo portão entreaberto.

Era um ser encardido, cujos trapos em forma de saia não bastavam para defini-la como mulher. Segurava uma lata na mão, e estava parada, à espreita, silenciosa como um bicho. Por um instante as duas mulheres se olharam, separadas pela piscina.

De súbito pareceu à dona de casa que a estranha criatura se esgueirava, portão adentro, sem tirar dela os olhos. Ergue-se um pouco, apoiando-se no cotovelo, e viu com terror que ela se aproximava lentamente: já atingia a piscina, agachava-se junto à borda de azulejos, sempre a olhá-la, em desafio, e agora colhia água com a lata. Depois, sem uma palavra, iniciou uma cautelosa retirada, meio de lado, equilibrando a lata na cabeça – e em pouco sumia-se pelo portão.

Lá no terraço o marido, fascinado, assistiu a toda acena. Não durou mais de um ou dois minutos, mas lhe pareceu sinistra como os instantes tensos de silêncio e de paz que antecedem um combate.

Não teve dúvida: na semana seguinte vendeu a casa.
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 A crônica PISCINA de Fernando Sabino faz uma crítica bem humorada a desigualdade social, assunto polêmico que se mantem atual há muitas décadas. 
Certo dia, os moradores de uma casa luxuosa localizada em um morro próximo a uma favela, observaram que os seus vizinhos, moradores desta favela, adentravam e roubaram alguma coisa: a água da piscina! Fato inusitado? Não para o autor da crônica.
Com palavras simples e habilidade na escrita, Fernando Sabino perpassa por várias esferas do problema da desigualdade social. Moradores que convivem em uma mesma cidade, vizinhos, vivendo situações sociais tão diferentes. Aborda desde os problemas de saneamento básico, passando pela  cultura da ostentação, educação, chegando ao medo da violência e a falta de segurança .
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 Por: Kelly Maria

Rubem Braga - Entrelinhas 20/11/2011

sábado, 16 de junho de 2012

Texto produzido na Oficina: Eliene, Kelly e THamires


Texto produzido a partir do Filme: “Vinícius de Moraes”

Vinícius, vícios imorais

Um poeta aristocrata, branco negro.
Popularizou a poesia de forma encantadora e irreversível e mudou a história.
O grande “poetinha”, sempre tão inspirado, eterno  romântico e conquistador .
Boêmio ardente e apaixonado pela literatura, música e acima de tudo pelas belas mulheres.
Viveu intensamente o melhor que a vida lhe ofereceu.
Entre amigos, bebidas e paixões, a poesia surgia leve como o ar e intensa como o amor.
Era movido a paixões.
A elas infinitamente se entregava e sem elas enfraquecia.
Sem vergonha e sem pudor, era um viciado criador.
O whisky , seu fiel companheiro, era  o atalho libertador.
Encontramos em Vinícius um amigo, uma fonte inspiradora,que eternizou o amor em chama eterna em nossos corações. 
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Veja o filme completo:
http://www.youtube.com/watch?v=978PE6lB5hs&feature=endscreen&NR=1

Recado de Primavera - Rubem Braga a Vinicius de Moraes - 1980

Entrevista: Funcionária de serviços gerais - FAFICH


Entrevista com servidora: Sabrina Pinto José
Idade: 26 anos
Escolaridade:  Ensino médio completo
Local de trabalho: FAFICH
Obs: Trabalha como copeira dos Serviços Gerais na FAFICH pela manhã e à tarde ajuda no Suporte Técnico também na FAFICH. 
Entrevista:
Grupo 4:  O que gosta de ler?
Sabrina: Livros ficcionais.
Grupo 4: Qual o último livro que leu?
Sabrina: “A Peregrina” de John Bunyan. É uma ficção sobre o Cristianismo.
Grupo 4: Algum livro ficou em sua memória de maneira especial?
Sabrina: Sim, “Este mundo tenebroso” de Frank Peretti, é uma ficção sobre a guerra espiritual cristã.
Grupo 4: Por que?
Sabrina: Por ser muito atraente, prendeu minha atenção o tempo todo, li todas as 500 ´páginas em apenas 5 dias.
Grupo 4: Você gosta de escrever?
Sabrina: Digito mais que escrevo, geralmente na internet.
Grupo 4: Qual o seu autor preferido?
Sabrina: Machado de Assis.
Grupo 4: Por que?
Sabrina: Pelo modo que ele escreve, a linguagem que usa.
Grupo 4:  Qual a importância da leitura em sua vida?
Sabrina: A leitura me leva a lugares em que não posso estar de corpo, mas posso estar em pensamento.
Grupo4:  Qual a importância da escrita para você?
Sabrina: A escrita é muito importante, principalmente para se expressar.  Não consigo imaginar como fazem as pessoas que não sabem ler e escrever.
Grupo 4: O que deve ser feito para que as pesoas leiam e escrevam mais?

Sabrina: coloquem os preços dos livros mais acessíveis a todos as classes. Os livros são muito caros e não temos tempo de ficar buscando e levando na biblioteca.
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Entrevistadora: Úrsula
Data: 12/06/2012

domingo, 10 de junho de 2012

Fernando Sabino: curiosidades

ENCONTRO MARCADO COM O CINEMA DE FERNANDO SABINO


Que Fernando Sabino (1923-2004) é um dos maiores cronistas da Literatura Brasileira – e seu livro Encontro Marcado tornou-se nos últimos 50 anos um clássico contemporâneo da língua portuguesa – é informação que qualquer cidadão com gosto pela vida cultural brasileira tem em conta.
Mas o Sabino homem de cinema, que realizou películas em curta-metragem ao lado do diretor David Neves – a partir de 1972, quando a dupla criou a produtora Bem-te-vi Filmes – é tesouro que constituía privilégio de pesquisadores e amigos. O DVD “Encontro Marcado com o cinema de Fernando Sabino e David Neves” reúne 10 curtas, realizados em 35 mm, com dez minutos de duração cada, retratando alguns dos maiores escritores brasileiros de qualquer tempo.
São instantâneos pessoais de rara intimidade flagrados em momentos tão preciosos quanto banais, por sua ambiência doméstica – com Carlos Drummond de Andrade, Jorge Amado, Vinicius de Moraes, João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa, Érico Verissimo, José Américo de Almeida, Afonso Arinos, Pedro Nava, além do curta de Joaquim Pedro de Andrade com Manuel Bandeira.

Veja a os curtas na íntegra, estão divididos em dez vídeos:

Textos produzidos na Oficina: Leandro Mabillot

Texto 01:
Produção feita a partir do poema José, de Carlos Drummond de Andrade.                                     

Senti-me como o José

 Não tenho emprego,
não tenho sossego,
não tenho chamego
e não tenho ninguém.

As Tias não me aceitam,
meus filhos me rejeitam
e nada que vejo ali
encontro aqui.

Acordo do pesadelo
pego meu charuto
e procuro meu isqueiro.

Acho a minha esposa,
beijo aquela cosa
e volto a dormir.


Referência: 
ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e Prosa. Poema “José”. p.89.
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Texto 02:
Produção feita a partir da música Rehab, interpretada por Amy  Winehouse.

A dupla matemática do amor

Eu + você = felicidade
Eu + cantando - você = focado
Eu + dormindo com você = plenitude
Eu + viagem a trabalho - você = saudade
Eu + retorno + você = sorriso do curinga
Eu + amigos + fofocas de traição = surpresa
Você – negação dos boatos + eu = tristeza
Você + a cama vazia = choro depressivo
Você – eu = vontade de me autodestruir
Você + encontro na rua comigo + passar direto = vida alcoólica
Você + eu sem conforto = internação
Você – eu + clínica = loucura

Referência:
 Documentário sobre Amy Winehouse, "I told you I was trouble". Londres, 2007. 46 min.