Editorial

Escrever é desvendar as experiências em que se vai reconhecer e recriar, desvendar as palavras, organizar o pensamento para iluminar nossa compreensão da vida e de nossas posições no mundo. A escrita é uma bolsa de relíquias onde podemos entender a alma do ser humano, onde podemos nos libertar através de palavras.

Bolsa de relíquias é o significado da palavra que dá nome a este blog. ‘Nômina’ sintetiza o trabalho dos jovens escritores que têm aqui seus textos publicados.

Apresentamos-lhe vários trabalhos que vão de painéis de grandes escritores brasileiros, passando por resenhas sobre uma das maiores e mais polêmicas cantoras da atualidade, artigo sobre o filme onde o protagonista é obcecado pela escrita; relatório sobre o texto de Ângela Torres Lima; entrevista com um funcionário da Faculdade de Letras da UFMG sobre seu conhecimento literário; texto com o tema ‘o trabalho’; ensaio fotográfico do ambiente onde os alunos participam do curso de Letras; texto contando a experiência de cada integrante do grupo com a Oficina de língua portuguesa ministrada pela Professora Doutora Vênus Brasileira Couy até artigos sobre literatura, música, sobre a arte de escrever.

Esta bolsa está aberta, você perceberá muitas qualidades em diferenciados tipos de textos, trabalhos que de forma sutil buscaram expressar a arte de escrever. Esperamos que goste das nossas relíquias!

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Textos produzidos na Oficina: Eliene Apolônia

Texto 01

Natureza singela da arte

A palestra, Arte e Humanização de Adélia Prado nos mostra grande convicção da condição humana, que apesar de nos cindionar a gratuita existência, do ponto de experimentarmos o medo, o desejo e magnitude, nos faz refletir sobre o nosso vazio.
O desejo de encontrarmos e ingerirmos um alimento que a humanidade não pode nos fornecer. A gratuidade da existência humana nos ameaça com ausência de sentido, podemos nos identificar, mas não especificar quem somos.
Na ausência existencial, podemos encontrar a arte, que possui um alto e satisfatório valor, que nos conduz a um sentido da saudade para fome que temos. Ela nos dá sentido, emoção e significância.
Segundo Adélia Prado, somos indefesos diante do poema, de uma música, enfim de uma arte. A menos que sejamos frios e invulneráveis, racionais e orgulhosos demais para não nos sensibilizarmos.
Segundo ela, a arte está presente em todos os momentos da nossa vida, até nas coisas mais banais, mas só é possível percebê-la se abrirmos mão de nossas defesas e resistências; direta ou indiretamente, resolvemos nossos problemas com objetos simbólicos, a liturgia, o mito. A arte nos integra na vida, que por si só é uma arte verificada a cada instante.
  
Áudio da palestra de Adélia Prado realizada no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Belo Horizonte, (a.d.).
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Texto 02
Texto  construído a partir da música “Altar particular” de Maria Gadú.

Alma serena , Coração frágil

Anos atrás, aqui estava você.
Meses atrás, planos formados.
Semanas atrás, planos dilacerados.
Dias,... Já não sinto tua presença, nem mesmo tua ausência.

Não sinto meu coração
Aquilo que bomba e rebomba no meu peito sem jeito.
Por impulso, por amor, sinto dor,mas não sinto o meu eu em mim.

Faça como deve ser
Se um dia resolver voltar e/ou dizer
Que dele vai cuidar faço o melhor que puder e me parecer
Meu bem, hoje pode acender a  luz da vida, na minha vida não tem mais partida
O que me valia, regia, está com você!


GADÚ, Maria. Altar particular. In: _. Maria Gadú. Som livre, 2005.

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