Texto 01:
Conto produzido a partir do conto “Diálogo entre um padre e um moribundo” de Sade.
Como se corromper
De um salto me levantei, ao ouvir impropérios vindos da saleta ao lado.
Não tive coragem de abrir a porta, então me pus a espiar pelo buraco da fechadura, e para minha surpresa lá estava ele, o padre Pedro e aquele condenado, que eu sei lá o nome, tinham também como companheiras moças nuas que dançavam como que em um transe.
Ó, quem diria, aqueles olhos doces, aqueles lábios que antes oravam, agora beijam ferozmente os seios, os ventres, as coxas daquelas pecadoras.
Gemidos de prazer ecoavam por entre as paredes, os corpos muito unidos, hora sobre a mesa, hora no chão gélido, contrastando com tamanho calor que emanava visivelmente.
As moças se contorciam de prazer quando tocadas entre as coxas, assim como o padre e o moribundo, insaciavelmente.
Vi me tão envolvido, com as pernas trêmulas, abrindo a porta finalmente me deixei corromper.
Referência:
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Texto 02:
Produzido a partir da música “Eu despedi o meu patrão” de Zeca Baleiro.
Meu querido ex- emprego
Gostaria de saber
Como pode coisa assim
A gente acorda cedo
Pega ônibus lotado
Mas ninguém tem pena de mim
E ainda para piorar
Ao chegar no escritório
Deparo com aquelas caras
Que vou falar
Mais parece num velório
Como se ainda não bastasse
Tudo que faço parece pouco
Quer saber de uma coisa
Vê se me erra
E vai procurar outro tolo.
Referência:
BALEIRO, Zeca. Eu despedi o meu patrão. In_Pets hgo mudação. Manaus: Abril Music, 2005.
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